quinta-feira, 10 de abril de 2014

Um pouquinho (mas BEM poquinho!) sobre o TRIGO! - parte I

Oie!!!
 
Tudo bem?
Lembras que eu falei que o assunto do pão ficaria para outro post? Pois então! Chegou a vez (da primeira parte) dele!
 
Como o próprio título do post diz, vou falar um pouquinho (mas vai ser bem pouquinho meeeeesmo, já que sobre este assunto tem muito "pano pra manga"!) do trigo e sobre o porquê eu deixei de consumí-lo.
 
Tudo começou com o livro "Barriga de Trigo", escrito pelo médico cardiologista William Davis. Eu sempre "brinco" dizendo que ler este livro é como fazer uma "lavagem cerebral", pois, depois de saber tudo o que realmente acontece no nosso organismo quando consumimos uma mísera migalha de pão, a gente não vai mais achar tão apetitoso aquele pãozinho quentinho da padaria...
 
Vou escrever brevemente sobre a história do trigo, sua composição atual e o que o trigo (de hoje) pode causar no nosso organismo em relação à produção exagerada de insulina. Todo o conteúdo foi retirado do livro "Barriga de Trigo". Alguns trechos transcritos e outros "adaptados" com as minha palavras, além de algumas observações minhas entre parênteses e em negrito.
 
A primeira e principal coisa a ser dita é: o trigo mudou! Durante o século XIX e o início do século XX, o trigou mudou pouco. A farinha que as avós usavam para fazer seus bolinhos azedos, na década de 1940, não era muito diferente da farinha que as bisavós delas usavam sessenta anos antes, e nem daquela que suas antepassadas usavam duzentos anos antes.
A partir da segunda metade do século XX, porém, uma revolução nos métodos de hibridização transformou este cereal. Essa transformação não foi por meio de forças naturais, como secas e doenças, em uma luta darwiniana pela sobrevivência, e sim por meio da intervenção humana.
A produção do trigo comercial moderno concentrou-se em atender: o aumento da produtividade, a redução dos custos de produção e a produção em larga escala de uma mercadoria financeiramente estável. Durante todo esse tempo, porém, quase ninguém se perguntou se essas propriedades eram compatíveis com a saúde humana...
Um pão, um biscoito ou uma panqueca feitos com o trigo de hoje são diferentes de seus equivalentes de mil anos atrás (e diferentes até mesmo daqueles que nossas avós faziam). Talvez tenham até a mesma aparência, o mesmo sabor, mas são bioquimicamente diferentes. Pequenas mudanças na estrutura das proteínas do trigo podem significar a diferença entre uma resposta imunológica devastadora a essas proteínas e absolutamente nenhuma resposta.
A farinha do trigo moderno tem, em média, 70% de seu peso de carboidratos. Os carboidratos do trigo são considerados "complexos", ou seja: são polímeros (cadeias repetitivas) de um açúcar simples, a glicose. Já os carboidratos simples, como a sacarose, por exemplo, são estruturas formadas por uma ou duas unidades de açúcar (no caso da sacarose, a glicose e a frutose). O senso comum, bem como manifestado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, afirma que todos nós deveríamos reduzir o consumo de carboidratos simples, sob forma de balas e refrigerantes, e aumentar o consumo de carboidratos complexos.
Dos carboidratos complexos encontrados no trigo atual, 75% correspondem à amilopectina e 25% correspondem à amilose. (Nesta hora, tu já estás pensando: "Tá, Laura! E aí?? Fala logo: o que tu queres dizer com tudo isso??" Calma!! Já está chegando na "melhor parte"! rsrs...) Ambas são digeridas pela enzima amilase. A amilopectina encontrada no trigo é a MAIS digerível das amilopectinas: a amilopectina A. Por isso, ela é a que aumenta o nível de glicose no sangue de modo mais extraordinário! Mais extraordinário do que quase todos os outros carboidratos presentes na alimentação, sejam eles simples ou complexos.
Um estudo de 1981 da Universidade de Toronto lançou o conceito de índice glicêmico (IG), que é uma análise comparativa dos efeitos dos carboidratos sobre a glicemia. Quanto maior o nível de glicose no sangue depois do consumo de um alimento específico, em comparação com a glicose antes de comer, maior o índice glicêmico desse alimento. O estudo original revelou que o IG do pão branco era igual a 69, enquanto o do pão integral era 72 e o da sacarose (açúcar comum) era 59! (Pasma!!! O IG do pão integral é MAIOR que o da sacarose!!! Ou seja: comer açúcar comum eleva menos a tua glicemia do que comer pão integral, em quantidades proporcionais de carboidratos). O IG de uma barra Snickers de chocolate ao leite recheado com torrone e amendoim é 41. (Siiiiiiimmmm!!! Muito melhor do que o pão integral do ponto de vista a "enlouquecer" a tua produção de insulina - os corantes, conservantes e outros ingredientes são um caso à parte do que falamos aqui e agora, ok? Não vai comprar uma dúzia de Snickers para comer no café da manhã, dizendo: "Ah, mas a Laura postou no blog dela que Snickers é melhor do que pão integral..." Olha lá, hein?! Sejamos prudentes!).
Para concluir: os produtos de trigo aumentam os níveis de glicose mais do que praticamente qualquer outro carboidrato e isso tem implicações importantes para o peso corporal, uma vez que a glicose, inevitavelmente, se faz acompanhar da insulina. A insulina é o hormônio que permite a entrada de glicose nas células do corpo, convertendo glicose em gordura. Ou seja: quanto mais alto for o nível de glicose no sangue após o consumo de alimentos, maior será o nível da insulina, e mais gordura será depositada no corpo. É por isso que, digamos, uma omelete de três ovos, que não causa nenhum aumento no nível de glicose, também não aumenta a quantidade de gordura corporal, enquanto duas fatias de pão de trigo integral elevam demais o nível de glicose no sangue, disparando a ação da insulina e provocando deposição de gordura corporal, especialmente gordura abdominal e visceral profunda.
Fonte: "Barriga de Trigo" - Dr. William Davis
 
Por hoje, fico por aqui. Ainda tem muito mais para se falar (incluindo o glúten), mas vai ficar para outro post, pois hoje ninguém mais deve me aguentar! ;)
 
Uma ótima tarde para todos!

Um comentário:

  1. Oiê!!!!!!!!!!
    Laura, estou horrorizada!!!! Praticamente tudo o que costumamos comer tem trigo!!!
    E o pior é que a propaganda das indústrias vende a idéia de que tudo faz bem à saúde!!!!! Que absurdo!!! Não vou mais comer essas porcarias!!!! Meu pão, eu mesma vou fazer! obrigada pelas informações!!!!

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